filme RIO CIGANO / GYPSY RIVER film
Uma cigana atravessa mundos para salvar sua grande amiga de infância de uma condessa sanguinária. /A gypsy girl travels across the vast lands of Brazil to save her long lost childhood friend from a violent countess who drinks the blood of young women.
terça-feira, 1 de abril de 2014
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
CIGANOS NO FILME E NA PLATÉIA
http://www.festivaldorio.com.br/br/noticias/filme-de-julia-zakia-traz-cultura-cigana-ao-cine-encontro
O Centro Cultural da Justiça Federal recebeu na tarde de domingo (06) um emocionado debate sobre Rio cigano, de Julia Zakia. A produção, que conta a história de Kaia e Reka, duas meninas ciganas que se separam na infância e são criadas em mundos diferentes, foi muito elogiada pela plateia por mergulhar no universo desse povo nômade de forma natural e longe de clichês.
Flávia Cândida, curadora do Festival do Rio que mediou o encontro, começou mencionando outros trabalhos de Zakia com os ciganos, como Tarabatara, Pedra bruta e Santa Sara, e perguntou-lhe sobre as origens do interesse no assunto. A diretora explicou que cresceu vendo-os passar por sua cidade, Campinas, e que, quando pequena, sentia vontade de brincar com aquelas outras crianças, que lhe pareciam livres e felizes.
Guile Martins, responsável pelo som direto, ressaltou a convivência com os ciganos em seus acampamentos durante o processo de realização, que transbordou para as relações pessoais de amizade e foi imprescindível para a construção de uma narrativa completamente envolvida na cultura em questão.
Em meio ao público havia diversos ciganos, que com suas impressões e experiências muito contribuíram para a animada conversa. Todos expressaram orgulho pelo fato de o filme falar de seu povo, e destacaram a importância que a realização tem na formação de uma imagem mais fiel à realidade dos ciganos: “Essa iniciativa quebra vários dogmas, vários preconceitos sobre nossa cultura”, disse uma pessoa da plateia. Outra ressaltou o fato de a obra tê-la despertado memórias antigas: “Eu fui cigana tropeira. Eu vi minha infância ali. Andar de burro, expulsarem a gente, beber água na poça... até isso eu já fiz, como as personagens”. Muitos apontaram a necessidade de levar Rio cigano para seus acampamentos e fazê-lo circular. Zaika comentou que está no início da busca por distribuição, mas sublinhou: “Eu quero que ele vá para os festivais, seja distribuído, exibido, mas minha maior vontade é conseguir fazer com que ele seja exibido no maior número de acampamentos possível”.
Texto: Juliana Brotto
Fotos: Txai Costa
Filme de Julia Zakia traz cultura cigana ao Cine Encontro
O Centro Cultural da Justiça Federal recebeu na tarde de domingo (06) um emocionado debate sobre Rio cigano, de Julia Zakia. A produção, que conta a história de Kaia e Reka, duas meninas ciganas que se separam na infância e são criadas em mundos diferentes, foi muito elogiada pela plateia por mergulhar no universo desse povo nômade de forma natural e longe de clichês.
Flávia Cândida, curadora do Festival do Rio que mediou o encontro, começou mencionando outros trabalhos de Zakia com os ciganos, como Tarabatara, Pedra bruta e Santa Sara, e perguntou-lhe sobre as origens do interesse no assunto. A diretora explicou que cresceu vendo-os passar por sua cidade, Campinas, e que, quando pequena, sentia vontade de brincar com aquelas outras crianças, que lhe pareciam livres e felizes.
Guile Martins, responsável pelo som direto, ressaltou a convivência com os ciganos em seus acampamentos durante o processo de realização, que transbordou para as relações pessoais de amizade e foi imprescindível para a construção de uma narrativa completamente envolvida na cultura em questão.
Em meio ao público havia diversos ciganos, que com suas impressões e experiências muito contribuíram para a animada conversa. Todos expressaram orgulho pelo fato de o filme falar de seu povo, e destacaram a importância que a realização tem na formação de uma imagem mais fiel à realidade dos ciganos: “Essa iniciativa quebra vários dogmas, vários preconceitos sobre nossa cultura”, disse uma pessoa da plateia. Outra ressaltou o fato de a obra tê-la despertado memórias antigas: “Eu fui cigana tropeira. Eu vi minha infância ali. Andar de burro, expulsarem a gente, beber água na poça... até isso eu já fiz, como as personagens”. Muitos apontaram a necessidade de levar Rio cigano para seus acampamentos e fazê-lo circular. Zaika comentou que está no início da busca por distribuição, mas sublinhou: “Eu quero que ele vá para os festivais, seja distribuído, exibido, mas minha maior vontade é conseguir fazer com que ele seja exibido no maior número de acampamentos possível”.
Texto: Juliana Brotto
Fotos: Txai Costa
FESTIVAL DO RIO E MOSTRA DE SÃO PAULO
http://www.festivaldorio.com.br/br/filmes/rio-cigano
Rio Cigano teve sua estreia mundial no Festival do Rio 2013.
Foi bom. Começar a desaguar esse filme de Rio, de Cigano, de Lobas, de amizade e amor.
Próximas exibições na Mostra de São Paulo, entre 18 e 31 de Outubro 2013. Em breve datas e locais das exibições em São Paulo.
http://37.mostra.org/pag/filmes-confirmados
Rio Cigano teve sua estreia mundial no Festival do Rio 2013.
Foi bom. Começar a desaguar esse filme de Rio, de Cigano, de Lobas, de amizade e amor.
Próximas exibições na Mostra de São Paulo, entre 18 e 31 de Outubro 2013. Em breve datas e locais das exibições em São Paulo.
http://37.mostra.org/pag/filmes-confirmados
terça-feira, 23 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
TEXTO - De Tarabatara a Rio Cigano - Julia Zakia
TARABATARA - PEDRA BRUTA - SANTA SARA, três curtas que precederam RIO CIGANO, estão na mostra Caravana Cigana, da Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Sabemos que as sessões em geral dos filmes ciganos estão lotadas. As pessoas gostam das histórias de ciganos, querem ver. A mostra vem pra São Paulo, logo mais. À pedido da produção da mostra, Julia escreveu um texto para o catálogo, sobre a trajetória dos filmes e a relação com a cultura cigana. Vale a pena conferir, o trajeto é cheio de curvas, mas não são filmes feitos de binóculos, de longe. São intimos. Espero a oportunidade de ver o resultado dessa estrada toda.
De Tarabatara a Rio Cigano
"De longe, à beira da estrada de terra, avistamos duas barracas de lona grossa e escura. Fumaça emanava de uma fogueira, dando leveza à paisagem. Uma senhora de cócoras cuidava do fogo, enquanto algumas poucas galinhas, ciscavam por perto. Crianças corriam e gritavam.
De perto, podíamos ver direitinho, eram certamente ciganos, os olhos verdes- esmeralda e a fala cantada, um dialeto estrangeiro, nunca ouvido antes por nós. No peito, palpitação de criança que descobre um mundo novo. Mais um encontro abrindo outros possíveis.
Montado num jegue, o senhor mais velho do grupo fumava seu cigarro de fumo picado e seguia rumo à cidade mais próxima. Lá ia pedir autorização ao prefeito para poder acampar algumas noites naquelas redondezas. Estavam de passagem. E nós também.
O primeiro contato com essa família cigana, de nome Ferraz, foi em julho de 2005. Sentíamos as profundezas do sertão de Alagoas, enquanto pesquisávamos locações, histórias e depoimentos para um filme de Guilherme César, integrante de nosso grupo-produtora Gato do Parque.
Alguns de nós, pela primeira vez, visitávamos a terra de Graciliano Ramos e de tantos outros artistas. Era como buscar sinais telúricos dos cenários dos filmes São Bernardo e Bye bye Brasil, assistidos em 35 mm e estudados nas aulas de História do Cinema Brasileiro com o professor Carlos Augusto Calil. No antigo Auditório Paulo Emilio Salles Gomes, na USP, já havíamos estado ali naquele sertão, através do cinema...
LEIA TEXTO NA ÍNTEGRA
http://www.mostracaravanacigana.com.br/textos/de-tarabatara-a-rio-cigano/
De Tarabatara a Rio Cigano
"De longe, à beira da estrada de terra, avistamos duas barracas de lona grossa e escura. Fumaça emanava de uma fogueira, dando leveza à paisagem. Uma senhora de cócoras cuidava do fogo, enquanto algumas poucas galinhas, ciscavam por perto. Crianças corriam e gritavam.
De perto, podíamos ver direitinho, eram certamente ciganos, os olhos verdes- esmeralda e a fala cantada, um dialeto estrangeiro, nunca ouvido antes por nós. No peito, palpitação de criança que descobre um mundo novo. Mais um encontro abrindo outros possíveis.
Montado num jegue, o senhor mais velho do grupo fumava seu cigarro de fumo picado e seguia rumo à cidade mais próxima. Lá ia pedir autorização ao prefeito para poder acampar algumas noites naquelas redondezas. Estavam de passagem. E nós também.
O primeiro contato com essa família cigana, de nome Ferraz, foi em julho de 2005. Sentíamos as profundezas do sertão de Alagoas, enquanto pesquisávamos locações, histórias e depoimentos para um filme de Guilherme César, integrante de nosso grupo-produtora Gato do Parque.
Alguns de nós, pela primeira vez, visitávamos a terra de Graciliano Ramos e de tantos outros artistas. Era como buscar sinais telúricos dos cenários dos filmes São Bernardo e Bye bye Brasil, assistidos em 35 mm e estudados nas aulas de História do Cinema Brasileiro com o professor Carlos Augusto Calil. No antigo Auditório Paulo Emilio Salles Gomes, na USP, já havíamos estado ali naquele sertão, através do cinema...
LEIA TEXTO NA ÍNTEGRA
http://www.mostracaravanacigana.com.br/textos/de-tarabatara-a-rio-cigano/
ABOUT
A narrativa de
"Rio Cigano" é inspirada na tradição oral cigana, combinada a temas
contemporâneos, como o consumo da vaidade. É hora de uma cigana chamada Kaia
contar a história. Uma menina forte, que sabe o que quer e realmente luta por
isso. Uma personagem que é capaz de nos fazer voar sobre seus sonhos,
lembranças, medos e sente o tempo em uma perspectiva diferente. Não é a
reconstituição de um único modo de vida. O universo cigano brasileiro se
mistura aos ciganos dos Balcãs, em um filme que vai além dos limites
geográficos. A amizade entre duas meninas ciganas em contraste com a violência
de uma condessa. A beleza dos elementos é filmada de uma maneira sensível, os
acontecimentos mágicos são uma possibilidade. O universo fílmico é
particularmente feminino e faz surgir uma história onde sinais de amor
atravessam as camadas que insistem em dilacerar a vida.
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